sábado, 9 de abril de 2011

Novo Outono!

Durante algum tempo em minha vida me entreguei ao amor, quis viver esse amor da forma mais intensa e profunda que alguém pode viver...
Quis cuidar, acariciar, idolatrar, acreditar, sentir, perdoar, ser feliz, ser amada, tocada, abraçada, eu quis tanto esse amor só para mim, eu acreditei tanto, que me perdi nele, me perdi em mim e de mim, eu tirei meu coração e o entreguei em uma bandeja como se para ele continuar batendo dependesse somente deste amor ser correspondido, dele estar ao meu lado, sobre meus olhos, minhas mãos, e por muito tempo acreditei que isso acontecia e mesmo com as dificuldades eu lutava porque para mim esse amor era o mais importante do mundo e a cada dificuldade enfrentada esse amor crescia e eu me enchia de orgulho de lutar por ele e poder viver um amor assim tão lindo, que me bastava e me fazia crer no amor e na vida e crer e crer e amar e amar...
Mais infelizmente com tempo descobri coisas que me fizeram sofrer e me magoaram muito, e até por alguns momentos eu achei que tudo que vive foi sozinha, tudo que eu achava que era dois, se tornou solidão e todo aquele amor sincero e incondicional foi em vão, não valeu a pena e o que era para ser “além do infinito” se tornou tão breve quanto uma lagrima que cai dos olhos, quanto um momento feliz ou uma promessa ou palavra falsa...e por vários momentos desejei morrer a sentir tudo que eu sentia, eu podia dizer que era dor, mais era muito mais que isso, era confiança quebrada, amor magoado, esperança perdida, sonhos esmagados...
Mas durante primaveras, verões, invernos e outonos eu fui feliz, sim muito feliz, fui amada e amei, dei e recebi carinho e aproveitei e lutei para que todos estes momentos fossem perfeitos, inesquecíveis e para que eles valem-se a pena, mais nem sempre as pessoas entendem o que você quer dar ou às vezes você não dá exatamente aquilo que elas querem, e ai você se perde por dar demais ou receber de menos ou por dar de menos e receber demais, mais o que conta é que eu vivi verdadeiramente e somente para ele cada um desses momentos e acabei que por controlar demais, me pré-ocupar demais, não só com o amor mais com toda minha vida, por querer tudo no lugar sempre, por querer impedir que as folhas secas caíssem ao chão e se eu deixasse escapar algumas folhas das árvores eu corria para juntá-las e guardá-las mesmos que secas ou quebradas, pois não queria perdem nenhumas delas e nem que elas fossem pisadas ou levadas pelo vento para longe de mim.
Hoje percebo, ainda que os poucos e embora não preparada para falar realmente como me sinto e tudo o que sinto, que de nada adianta você querer mudar as coisas do mundo, o que tem que ser será e isso só me desgastou, me fez sofrer, me fez amar sozinha, me fez sentir mal, humilhada e cansada.
E agora aqui em casa sozinha numa sexta feira à noite percebi que de tanto tentar segurar as folhas com todas as forças do mundo para dentro do meu coração elas acabaram virando farelos e se foram com o vento e com o tempo e ainda que tivesse tentando segurar os farelos eu só ia me machucar mais, aumentar a ferida e me sentir mais idiota do que me senti, mais hoje eu tenho certeza que tudo que vivi não foi em vão, que me ensinou que eu sou capaz de amar verdadeiramente, me mostrou o que é sofrer, me mostra agora que ser forte dói tanto quanto ter que aprender a ficar longe de quem se ama e eu sei que com tempo vai me ensinar a esquecer ou pelo menos lembrar sem lagrimas nos olhos e dor no coração.
Diante das coisas que me aconteceram durante os outonos passados e refletindo hoje, percebi que o que vivo neste outono foi o que eu mesmo cativei por muitas vezes não querer aceitar os caminhos da vida e as escolhas das pessoas e resolvi que este OUTONO será diferente, que eu vou deixar as folhas caírem, voarem, e até mesmo serem pisadas e se necessário elas quebrarem e virarem farelos, mais desta vez longe de mim, que o vento deste outono leve todas as folhas secas da minha vida, que minha árvore fique vazia, meu quintal limpo e minha raiz mais forte para que eu possa voltar a ter a coragem e a alegria de poder sentar e ver a árvore florescer novamente diante dos meus olhos e até que eu esteja preparada para plantar uma nova árvore que mesmo que eu plante, que eu cuide, me preocupe, dê amor, carinho, eu possa deixá-la livre e deixar suas folhas irem embora todo outono e aprecie a chegada de novas na primavera, porque a raiz...A raiz sempre será a mesma, só que quanto mais amor, liberdade, e carinho eu der para minha árvore ela continuará sempre ali ao meu lado, me dando a segurança que preciso, as flores para me fazer sorrir e os frutos para alimentarem minha alma e meu coração.
Deixe você também que o vento leve as folhas secas de sua vida!

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